Um relatório judicial de quase 300 páginas descreveu a clínica Gosnell, em Philadelphia, como um ambiente sujo e fétido, cujas condições de barbárie foram sistematicamente ignoradas pelas autoridades do estado da Pennsylvannia por mais de três décadas.
Na clínica, em que o rico Dr. Kermit Gosnell atendia a mulheres pobres desde 1979, geralmente imigrantes ou de minorias raciais, foram praticados milhares de abortos, muitas vezes em procedimentos tardios, após 20 semanas de gestação, quando os riscos são maiores – a lei estadual autoriza o aborto até 24 semanas, mas poucos médicos se arriscam a tanto. Um aborto (comum) custava cerca de 325 dólares, mas abortos “tardios” (até 30 semanas, além da lei) chegavam a 3 mil dólares. A clínica faturava de 10 a 15 mil dólares por dia.

Na técnica utilizada por Gosnell, o trabalho de parto era induzido nas pacientes no sexto ou sétimo mês de gestação. Então, o feto era retirado vivo do útero e depois decapitado, o que classifica o método como “aborto por nascimento parcial” (em que o bebê é retirado pelo corpo e então decapitado), uma modalidade proibida nos Estados Unidos desde 2000.
Apesar dos 46 processos movidos contra o médico, a inspeção regular da clínica foi suspensa em 1993, quando procuradores pró-aborto mudaram a política do estado.
No início de 2010, a polícia foi á clínica verificar uma denúncia sobre drogas e acabou encontrando sacos e garrafas com fetos abortados, além de um jarro de pés cortados sem nenhuma finalidade médica. O local cheirava a urina de gato, os móveis tinham manchas de sangue e animais circulavam livremente pela casa. Porém, pacientes brancas eram atendidas em uma ala reservada.
Autêntico cenário para um filme de terror.
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