quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Edir Macedo perde o juízo: será que bebeu?

Em seu caminho para o ateísmo, o líder-proprietário da Igreja Universal, bispo Edir Macedo tem passado nos últimos anos por uma série de redefinições pessoais.
No último de seus ataques, Edir Macedo comparou os cultos das igrejas pentecostais aos terreiros de candomblé (como se a IURD não tivesse nenhuma semelhança) e chutou em 99% o percentual de cantores gospel endemoniados (seguramente, nenhum da Line Records).
O bispo abortista foi incisivo: “Todos os pastores e líderes que caem pelo poder de Deus estão endemoniados, estão literalmente possessos. Se vierem na Igreja Universal do Reino de Deus, vão cair. Agora eu quero ver colocar a mão na minha cabeça e me fazer cair. Eu agora faço um desafio. Vocês podem vir 7, podem vir 70, podem vir 400 profetas lá das outras igrejas que caem pelo poder, vocês todos, e ponham a mão da minha cabeça. Se eu cair, eu vou aderir a essa doutrina.
Ana Paula Valadão, do Diante do Trono, foi usada como exemplo, por ter ‘caído em unção’ durante um culto ministrado por um pastor finlandês.
Em fevereiro, Edir Macedo admitiu que bebe cerveja, desafiando uma tradição no meio evangélico – do qual, aliás, está cada vez mais distante: “A religião proíbe beber cerveja, mas eu bebo cerveja quando eu estou com vontade eu bebo e acabou! E quem é que vai me dizer pra eu não beber?”.

Comentário 1: Descontando a descortesia para com os cantores gospel, o fenômeno de ‘cair pelo poder’, rodopiar na igreja e outros chiliques deve ser tratado com seriedade e cuidado pelos evangélicos. A maioria das igrejas (mesmo as pentecostais) rejeita esses excessos, e seria ingenuidade acreditar que os líderes não se preocupam com suas semelhanças com ritos afro ou com terapias xamânicas.
Edir Macedo não está errado.
O problema é: que moral tem a IURD para falar disso?
Todo mundo sabe que a igreja tocada pelo bispo Macedo especializou-se em sessões de descarrego, sabonetes de arruda, objetos ungidos e outras práticas cristianizadas das mais baixas superstições do folclore brasileiro.
Por que agora o bispo está tirando o corpo fora?

Comentário 2: Há muitas referências à bebida na Bíblia. É sempre uma fonte de alegria e também uma causa de sérias confusões. Qualquer afirmação no sentido de que não se pode beber nunca desemboca em um legalismo incompatível com a maturidade cristã. Por outro lado, dizer que se pode beber (mesmo “socialmente”) é um convite à irresponsabilidade.
Alguns alegam agora que o impedimento à bebida por parte do movimento evangélico foi uma situação temporal, criada em um momento em que na Europa o alcoolismo imperava, e por isso o governo europeu (SIC) criou centros de recuperação de alcóolatras, e os primeiros missionários vieram ao Brasil com esse tipo de visão sobre o consumo da bebida. Na realidade, os missionários vieram dos Estados Unidos (não da Europa), o alcoolismo existe em qualquer parte do mundo e os governos jamais criaram centros de recuperação para o vício que tivessem vínculos com igrejas ou missões.
Mas, se partirmos do ponto de que sim, o crente pode beber livremente, teremos que cuidar para não chegar ao ponto de sermos incluídos entre os “beberrões” (1Cor 6.10, Ave Maria), de que Paulo fala que não herdarão o reino de Deus. Se quisermos fazer um critério de situações em que a bebida é esporádica e moderada, e quando se torna um vício devastador que destrói carreiras e lares, a diferença é apenas a quantidade. Ou seja, abre-se a porta, abre-se toda a porteira.
Outros sustentam – mais por vaidade bíblica do que qualquer outra coisa – que não se encontra na Bíblia nenhuma proibição de beber – salvo o voto de abstinência, temporário e especial, do nazireu (Num 6.3), que sequer podia comer uvas – e que, pelo contrário, em Mat 11.19, Jesus fala que diziam dele que era um “glutão e um beberrão” – em comparação direta com João Batista, que nada bebia e tinha como iguaria os gafanhotos do deserto. O primeiro grande milagre registrado nos Evangelhos (João 2), na festa de casamento em Caná, é a transformação da água... em vinho.
Desse jeito, chegaremos ao ponto de existirem bafômetros nas igrejas!
Não. Não há por que termos, enquanto cristãos, de definir o ponto em que o consumo de álcool é moderado, e quando é um vício incontornável. A questão está sempre no propósito.
Qual o propósito de beber?
Tomar coragem para fazer algo que se sabe que é pecado? Esquecer a inibição masculina diante dos problemas e sentir-se forte para uma agressão física? Sentir-se inserido em um círculo de amigos contadores de piadas – nome novo para ‘roda de escarnecedores’?
Se esses são propósitos comumente aceitos para o primeiro copo de bebida, então a quantidade é indiferente.

Comentário 3: Deixem o Edir Macedo beber. Ponham-se na situação dele. É alguém que, no fim das contas, fez mais mal do que bem ao Evangelho. Ele sabe que vai para o inferno, pelos males que tem causado à Igreja e pela disseminação de tantos modismos que agora ele critica. Por que privá-lo do prazer da bebida nos anos que restam à sua vida?

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